PORTAL DA DIFUSORA
Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025 15:56

Avanços no combate à dengue, novas tecnologias e alerta à população marcam entrevista no Espaço Livre

Avanços no combate à dengue, novas tecnologias e alerta à população marcam entrevista no Espaço Livre.

O Programa Espaço Livre, da Difusora FM, recebeu os Supervisores de Campo de Endemias de Ouro Fino, Élida de Oliveira Faustino Medau e Paulo César dos Santos, em uma entrevista conduzida pela repórter Gabrièlle de Faria, para tratar de um tema que se intensifica no período de verão: o combate à dengue, além da zika e da chikungunya.

Durante a conversa, os supervisores destacaram importantes avanços científicos e tecnológicos que vêm fortalecendo o enfrentamento ao Aedes aegypti em todo o país. Entre eles está o método da Wolbachia, uma bactéria presente naturalmente em grande parte dos insetos e que, ao ser introduzida no mosquito da dengue, impede a replicação do vírus, reduzindo a transmissão da doença. Segundo os entrevistados, apesar de fake news que circulam nas redes sociais, o método é seguro e já apresenta resultados positivos em diversos estados brasileiros.

Outro avanço citado foi a vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, a primeira do mundo em dose única, que será distribuída pelo SUS a partir de janeiro para públicos prioritários. Os supervisores ressaltaram que, apesar da importância da vacina, ela não elimina a necessidade dos cuidados diários, já que outras doenças, como zika e chikungunya, continuam sendo transmitidas pelo mesmo mosquito.

Em Ouro Fino, uma inovação recente foi a utilização de drones no combate à dengue, por meio da tecnologia Teck Dengue. No início de dezembro, o equipamento realizou um mapeamento aéreo em bairros como Vila Rica, Serra do Sol e parte do Jardim São Paulo. O sistema permite identificar possíveis criadouros sem violar a privacidade dos moradores, funcionando como uma ferramenta complementar ao trabalho tradicional dos agentes de endemias, que seguem atuando no serviço casa a casa.

Os supervisores também explicaram outras tecnologias que estão sendo implantadas, como o BRI (Borrifação Residual Intradomiciliar), voltado a locais de grande circulação de pessoas, e as ovitrampas, armadilhas que ajudam a monitorar a quantidade de ovos do mosquito e identificar áreas com maior risco de infestação.

Em relação aos números, foi destacado que 2023 foi um ano epidêmico para Ouro Fino, com 2.439 casos de dengue registrados. Já em 2024, até o momento da entrevista, o município contabilizava 116 casos, reflexo do chamado “rescaldo” do ano anterior. Apesar da redução, os supervisores alertam que a dengue é uma doença evitável e que a colaboração da população é essencial para diminuir ainda mais esses números.

A entrevista também abordou a proliferação do mosquito, explicando que ele tem alcance limitado de voo, o que faz com que a doença se espalhe rapidamente entre imóveis vizinhos. Por isso, quando um caso é confirmado, as equipes realizam o bloqueio de transmissão, conhecido popularmente como fumacê, para impedir que o vírus avance.

Outro ponto importante foi o alerta sobre os sintomas da dengue, como febre alta repentina, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, fadiga, náuseas e vômitos. A orientação é clara: ao perceber os primeiros sinais, a pessoa deve procurar imediatamente uma unidade de saúde e nunca se automedicar, já que a doença pode evoluir para quadros graves e até levar à morte.

Os supervisores reforçaram ainda a campanha dos “10 minutos contra a dengue”, incentivando que cada morador reserve alguns minutos por semana para vistoriar a própria casa, eliminando qualquer recipiente que possa acumular água. Dados apresentados na entrevista mostram que mais de 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências, o que torna fundamental a permissão para a entrada dos agentes de endemias, que atuam uniformizados, identificados e com foco exclusivo na prevenção.

 

Por fim, foi feito um alerta importante sobre a febre amarela, especialmente para moradores da zona rural. Quem não lembra ou ainda não tomou a vacina deve procurar a sala de vacinação para atualizar a carteira, já que a doença apresenta alta letalidade e o risco de circulação do vírus ainda existe.

Desenvolvido por: PontoCOM Desenvolvimento