Entrevista com Padre Toninho que aborda grupo de apoio a enlutados por suicídio no Sul de Minas
Padre Toninho compartilha o trabalho do Grupo RAMES, que oferece suporte emocional e espiritual para famílias enlutadas por suicídio, destacando a importância do acolhimento e da solidariedade.
Nesta terça-feira (22), o programa Espaço Livre da Rádio Difusora FM 94.1 recebeu o padre Antônio Cássio Vaz, conhecido como Padre Toninho, para uma entrevista com o jornalista Luís Guilherme Burza. O sacerdote, que também é psicólogo, discutiu a importância de abordar o suicídio, um tema frequentemente tratado como tabu na sociedade, e apresentou o trabalho realizado pelo grupo RAMES, uma rede de apoio multiprofissional para pessoas enlutadas por suicídio.
Durante a entrevista, Padre Toninho destacou que o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 35 anos, e ressaltou a necessidade de oferecer suporte emocional e acolhimento às famílias e amigos impactados pela perda de entes queridos. "O suicídio é um tema tabu, mas é essencial falarmos sobre ele, principalmente porque muitas pessoas sofrem caladas", afirmou o padre.
O grupo RAMES, cujo nome significa "Rede de Apoio Multiprofissional para Enlutados por Suicídio", reúne psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, um advogado e um jornalista, todos com experiência e pesquisa na temática. Os atendimentos são realizados online para ampliar o alcance e incluir participantes de diversas cidades do sul de Minas. "Se fosse presencial, restringiríamos muito o número de pessoas assistidas", explicou Padre Toninho. As reuniões de apoio ocorrem na segunda quinta-feira de cada mês, enquanto as demais quintas-feiras são dedicadas ao estudo e preparação dos profissionais para melhor atender os enlutados.
O sacerdote também destacou a evolução da visão da Igreja Católica sobre o suicídio. Padre Toninho explicou que, embora no passado o ato fosse visto como um pecado imperdoável, atualmente a Igreja compreende que ele é muitas vezes resultado de transtornos mentais graves, como depressão ou esquizofrenia. "A Igreja entende que a pessoa que comete suicídio está doente mentalmente e precisa de tratamento", disse.
O grupo RAMES prioriza o atendimento a moradores do Sul de Minas, mas acolhe pessoas de outras regiões interessadas em participar das reuniões online. Interessados podem entrar em contato pelo telefone: (35)9 9978-3556 ou pelo e-mail do grupo: gruporames@hotmail.com para mais informações.