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Terça-feira, 08 de Julho de 2025 13:54

Governo de Minas propõe transformar mais de 700 escolas em Cívico-Militares. Duas escolas em Ouro Fino podem aderir ao Programa.

Secretaria de Educação deu prazo até 18 de julho para que colégios estaduais manifestem interesse; proposta enfrenta resistência de sindicatos da área

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O Governo de Minas Gerais divulgou, na última semana, a intenção de transformar mais de 700 escolas estaduais em unidades cívico-militares. A iniciativa foi comunicada por meio de um ofício enviado pela Secretaria Estadual de Educação (SEE-MG) às direções escolares, com orientações e material de apoio para que as unidades avaliem a adesão ao novo modelo.

Segundo o documento, o Programa das Escolas Cívico-Militares tem como objetivo promover um ambiente escolar mais seguro, organizado e acolhedor, incorporando valores cívicos e disciplinares ao projeto pedagógico. A secretaria determinou que as escolas convoquem assembleias com a comunidade escolar para decidir sobre a possível implantação do modelo.

As instituições interessadas devem comunicar oficialmente a SEE-MG até o dia 18 de julho. Na região do Sul de Minas, escolas de cidades como Itajubá, Poços de Caldas, Andradas, Pouso Alegre, Cambuí, Santa Rita do Sapucaí, Extrema, Camanducaia, Varginha e Ouro Fino estão entre as potenciais participantes. Em Ouro Fino, a proposta contempla as escolas estaduais Coronel Paiva e Professor Juvenal Brandão, que, até o momento, não se pronunciaram sobre a proposta.

A medida, no entanto, tem gerado controvérsias. Sindicatos que representam os profissionais da educação em Minas Gerais se manifestaram contra a proposta. Mobilizações estão sendo organizadas com o objetivo de sensibilizar a população atendida pela Rede Estadual de Ensino.

Para o professor Luiz Carlos Cunha, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Pouso Alegre, a proposta representa um retrocesso. Segundo ele, o modelo já foi rejeitado em outros estados, como São Paulo, onde a Justiça barrou a implantação.

— “Colocar militares para propor e acompanhar atividades pedagógicas dentro das escolas é um equívoco. Isso equivaleria a levar professores para dentro dos quartéis para lidar com segurança pública, para o qual não estão preparados. A escola deve ser um espaço pedagógico, e não militarizado”, afirma Cunha.

Ainda de acordo com o sindicato, a presença de militares no ambiente escolar pode gerar um clima opressivo, o que dificultaria o desenvolvimento de boas práticas educacionais. A entidade reitera que respeita o trabalho das forças de segurança, mas defende que a educação deve continuar sendo responsabilidade de profissionais da área.

 

O debate sobre o modelo cívico-militar segue em pauta e deve mobilizar escolas, comunidade e entidades representativas ao longo das próximas semanas, especialmente nas cidades onde há potencial de adesão ao programa proposto pelo governo mineiro.

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