Ex-presidente Bolsonaro e mais trinta e três pessoas são denunciados pela procuradoria-geral da república por atos golpistas
Ex-presidente Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
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Imagem: Agencia Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. O que chama atenção na denúncia apresentada pela PGR nesta terça-feira é a revelação de que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e concordou com a trama, segundo o Ministério Público Federal.
Agora cabe AO STF decidir se aceita ou não a denúncia, o que pode tornar Jair Bolsonaro o réu e levá-lo a um julgamento histórico. Antes da denúncia ser apresentada, Bolsonaro afirmou a jornalistas ter zero preocupação com o caso. "Eu não tenho nenhuma preocupação com as acusações, zero. Espero que agora possa ter acesso aos autos. Você já viu a minuncia de golpe para acaso? Você já viu a minuncia de golpe? Não viu, eu também não vi. Você já viu a delação do CID? Você não viu, eu também não vi. Eu tô aguardando."
A denúncia foi apresentada pelo Procurador Geral da República Paulo Gonê e aponta Bolsonaro e mais 33 pessoas por crimes como golpe de Estado, organização criminosa e dano ao patrimônio público. Caso condenado por todas as infrações, o ex-presidente pode pegar até 34 anos de prisão.
Os indícios reunidos pela Polícia Federal mostram que, além de tentar impedir a posse de Lula, a organização criminosa também tinha um plano radical, executar o então presidente eleito, o vice e prender ou matar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. De acordo com a PGR, Bolsonaro tomou conhecimento do plano e a ele anuiu, ou seja, concordou com a ideia.
A investigação batizada de contragolpe apurou que os envolvidos, entre eles militares de alta patente e ex-ministros, planejavam um ataque direto à democracia. O chamado punhal verde-amarelo seria o nome da operação secreta para subverter o resultado das urnas. Agora, o STF vai decidir se transforma Bolsonaro e os demais envolvidos em réus. Caso o tribunal aceite a denúncia, eles passarão a responder formalmente na justiça.
Até o fechamento desta reportagem, Jair Bolsonaro não havia se manifestado sobre a denúncia. Entre outros denunciados estão nomes como o ex-ministro da defesa e ex-candidato a vice general Braga Neto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-diretor da ABIN e hoje deputado federal Alexandre Hamagen, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, o presidente do PL Valdemar da Costa Neto e outras pessoas.