PORTAL DA DIFUSORA
Quinta, 20 de Julho de 2023 12:38

Após encerramento de programa federal de escolas-civico militares assunto ainda gera discussões nos Estados e Municípios

O governador Romeu Zema foi um dos primeiros a anunciar no dia 13 de julho a manutenção das escolas desse modelo, porém, em parceria com o Corpo de Bombeiros do Estado.

Imagem de Arquivo

Depois da decisão do MEC- Ministério da Educação e Cultura- de encerrar o programa federal de escolas cívico-militares no país, criado no governo do ex-presidente, Jair Bolsonaro, o assunto vai seguir gerando discussões acerca da adesão e implantação já anunciadas em alguns estados brasileiros.

O governador Romeu Zema (Novo), por exemplo, foi um dos primeiros a anunciar no dia 13 de julho a manutenção das escolas desse modelo, porém, em parceria com o Corpo de Bombeiros do Estado.

A decisão do governo federal de encerrar o programa de escolas cívico militares e o assunto de hoje para o nosso colaborador, professor e sociólogo Isaias Pascoal.

" As escolas cívico-militares são um o modelo de escola criada no governo Bolsonaro em 2019, elas são administradas pelos militares, mas são sujeitas a legislação educacional normal do país.  Elas foram criadas como um modelo de disciplina e eficiência, com o objetivo de incentivar os valores cívicos e se contraporem as escolas das redes públicas que funciona em outro formato.

O problema dessas escolas são o seu alto custo e acentuação do seu caráter ideológico. Ainda mais que foram criadas no governo Bolsonaro conhecido pela exacerbação dos aspectos ideológicos, sobretudo no campo cultural. Mas em si mesmas, não há mal na existência de escolas desse tipo.

Em países democráticos as escolas são de diversos tipos e atendem a valores diferentes e os pais colocam os seus filhos naquela que melhor pareça atender aos seus objetivos.

As classes médias direcionam seus filhos para escolas muito focadas em vestibular e ENEM. Pessoas religiosas direcionam seus filhos para escolas tradicionais e conservadoras. As escolas públicas pelo seu caráter público são mais abertas em termos de valores de relacionamento. Pais liberais procuram educar seus filhos em escolas com metodologia heterodoxa como, por exemplo, as escolas Waldorf ou em escolas construtivistas.

Só não há opções educacionais em países ditatoriais e totalitários Onde a educação se torna monopólio do estado ou é constantemente vigiada.

 As escolas cívico- militares são públicas e por isso com reformas de alguns dos seus aspectos, poderiam se adequar melhor ao que se espera de uma escola pública, sobretudo no que respeita aos aspectos pedagógicos, que deve estar nas mãos de profissionais habilitados e conhecedores da educação.

 A sua extinção agora creio que se deve a sua origem no governo Bolsonaro e ao o nome cívico- militar que não é bem visto no meio educacional. O patrono da educação brasileira é Paulo Freire e com isso fica clara a distância com as escolas cívico- militares. Olhando em geral pelo Brasil evidencia que há escolas de todo tipo e para todos os gostos. "

Sobre esse assunto ouvimos ainda o coordenador do Sindicato Regional dos Educadores em Pouso Alegre, Luiz Carlos Cunha.

" Comentar duas ações que foram tomadas nos últimos seis anos pelo governo federal que impactou diretamente a vida dos estudantes e das comunidades escolares.

A primeira foi à reforma do ensino médio que já se vê um grande prejuízo na formação geral e cultural dos nossos estudantes, e que já está em processo de revisão pelo Ministério da Educação.

A outra medida foi implantação das escolas cívico-militares que foi considerado pelo Ministério Público Federal um desvio de finalidade.

Porque os militares são treinados para Segurança Pública e deveriam cuidar dela e aqueles que realmente foram treinados para educar, como os professores, é que deve assumir os papéis de direção, de magistério e de administração das escolas públicas ou particulares.

Portanto, nós consideramos que a medida do MEC foi boa, pois coloca as coisas nos seus devidos lugares. Professores e educadores cuidando das escolas e os militares cuidando da segurança. E ambos trabalhando para o bem da sociedade é isso que entendemos de uma sociedade civil, onde todos trabalham em sintonia para o bem comum."

 

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