PORTAL DA DIFUSORA
Segunda, 23 de Janeiro de 2023 12:19

Mais de 100 mulheres sofreram violência doméstica por ano, desde 2020, em Ouro Fino

Mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência domés­tica

Imagem de Arquivo

O assassinato de mulheres em situação de violência doméstica e familiar ou em razão do menosprezo ou discriminação à sua condição aumentaram no país.

De acordo com dados do relatório Violência contra Meninas e Mulheres, oferecidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública para a Agencia Brasil:

Apenas no primeiro semestre de 2022, o Brasil bateu recorde de feminicídios, registrando cerca de 700 casos no período.

O município de Ouro Fino entrou nas estatísticas registrando o primeiro feminicidio desde 2020, em 22 de agosto de 2022.

 

Em 2021, no Brasil, mais de 66 mil mulheres foram vítimas de estupro e mais de 230 mil brasileiras sofreram agressões físicas por violência domés­tica.

Já no município de Ouro Fino, de acordo com dados da Policia Civil do Estado de Minas,em um levantamento feito pelo Jornalismo da Radio Difusora, com a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, em relação à violência doméstica e familiar contra a mulher, mais de 100 mulheres por ano enfrentam violência doméstica, em 2020, 168 mulheres sofreram agressões físicas, em 2021, este numero subiu para 195 mulheres, já no ano passado, 2022, ainda com dados parciais, o número de ourofinenses que sofreram agressões físicas por violência domés­tica chega à 158.

No mínimo 6 mulheres por mês sofreram algum tipo de violência dentro de sua própria casa, por conhecidos.

PODE ACONTECER COM TODAS AS MULHERES

Para a Presidente da OAB-Mulher, Tanae Lacerda de acordo com sua experiência com mulheres vitimas de violência doméstica, a violência doméstica pode acontecer com todas as mulheres, independente de condição financeira, raça, religião, grau de escolaridade e região onde mora:

"Quando a gente fala em violência contra mulher, a primeira coisa que a gente pensa ou talvez num modo mais geral possível, num modo mais rústico, é com relação às mulheres que dependem da outra pessoa, um companheiro ou uma companheira, então acaba aceitando determinadas situações porque ela depende financeiramente, depende emocionalmente ou talvez também não tenha um certo grau de instrução, não saiba muito bem das leis.

Uma das coisas que mais me surpreendeu nos Fórum de debate que acontece com as advogadas, com os representantes da OAB é que muitas advogadas, lindas; independentes; estruturadas na carreira; altamente instruídas, sofrem de relacionamentos e sofrem também com violência contra mulher. Isso faz a gente questionar que independente do grau que você estiver de escolaridade, financeiramente, isso não vai definir você vai ter ou não a violência"

 

Dr.Tanae também comenta o peso que a sociedade representa na hora em que mulheres decidem denunciar:

"Talvez essas mulheres que estão num grau de escolaridade maior, por vergonha ou por não aceitar a situação em que ela se encontra, por exemplo, um dos questionamentos que eu via muito no Forum, era falado 'como que eu sou tão inteligente, como que eu sou uma pessoa tão independente e eu passo por isso?' E elas não falam. Então significa que, muitas das mulheres que às vezes estão com uma carreira consolidada sentem vergonha de falar e provavelmente ela não entra nessa estatística, elas aguentam quieto, porque se elas falarem, as pessoas vão falar 'Nossa, mas por que? Você sabia das leis... Você sabia como fazer, porque que você não fez?' Olha que interessante você chegar nessa conclusão e olha a preocupação com as mulheres de modo geral de todos os âmbitos, de todas as classes e de todos os níveis de escolaridade"

 

DENUNCIE

É dever de todos, especialmente dos mais próximos denunciar casos de violência domestica, seja à polícia, ao Ministério Público, à Justiça ou outro órgão de proteção às mulheres.

Algumas das formas para denunciar são: ligando para a Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180; também pelo Telegram, basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher; Ou pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH).

 

É importante ressaltar que, queixas de agressão podem ser feitas em até 6 meses após o fato.

Desenvolvido por: PontoCOM Desenvolvimento