PORTAL DA DIFUSORA
Segunda, 23 de Agosto de 2021 14:35

Morre aos 80 anos o radialista Tangará

Aldivino dos Santos residia no Abrigo São Vicente

Foto: Facebook Abrigo São Vicente

Morreu na tarde de sexta-feira (20), aos 80 anos de idade, de causa natural, o radialista Aldivino dos Santos, conhecido popularmente como “Tangará”. Além de radialista, ele trabalhou por alguns anos como servidor público em Ouro Fino e prestou ainda serviços no antigo posto do IBGE, que funcionava em anexo a Prefeitura. 

Tangará era viúvo, residiu em uma casa simples na Rua Silviano Brandão, antes de passar a viver no Abrigo São Vicente de Paulo. Segundo a instituição ele não tinha família na cidade e estava no Abrigo há mais de 10 anos. 

No rádio ficou conhecido como “O Lobo Solitário”. Embora de estatura baixa e até franzino, era dono de uma voz possante, irreverente, impar na comunicação com o seu estilo sertanejo de raiz. 

Criava ou adotava chavões do tipo “Bem que Minha Avó Dizia se Quiser Pescar de Noite que Limpe o Poço de Dia”. “Vorta Mula” e “ Meu nome é Tangara, eu Nasci de 7 meses e fui Criado sem Mamar” ,frases que caiam no gosto dos ouvintes e o aproximavam, principalmente, do público mais simples.  

Talento de sobra também para fazer propagandas. O “Lobo Solitário” conquistava clientes tradicionais da cidade como; grandes lojas de produtos e serviços. Sabia vender como ninguém. 

Tangará conseguiu a proeza de se destacar no rádio em Ouro Fino, teve ainda atuações em emissoras de Pouso Alegre no final da década de 1980 e mais longe ainda, no interior de São Paulo, mais precisamente na região do ABC, época em que a carreira deu sinais de deslanchar. Mas na vida profissional e pessoal, o desafio maior enfrentado pelo radialista foi o alcoolismo. Tangará  não teve filhos, o abrigo foi a opção mais viável.

Em 2012, após um longo tempo afastado do rádio e antes de se instalar no abrigo, Tangará voltou a apresentar por um pequeno período o programa “Serra da Mantiqueira” na Rádio Difusora Ouro Fino. 

Nessas idas e vindas no rádio, nada tirava o bom humor e a simpatia que nasceu com o comunicador. Assim como muitos internos do abrigo, Tangara gostava de contar historias e cultivou, até os últimos dias de sua vida esse hábito, mas lá contando a sua própria historia. Ele guardou consigo a simplicidade e o gosto pela boa música, em especial a sertaneja, aquela mesma que o acompanhou durante toda a vida. 

O "Lobo Solitário" na verdade nunca esteve só e agora com certeza disse adeus a solidão porque está junto de Deus. 

Vá em paz Aldivino dos Santos "Tangará".

 

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