Queda de temperatura: Geada atinge cultura do café no sul de Minas
Especialistas avaliam queda nas próximas safras
Foto: Emater Ouro Fino-MG
Os produtores rurais estão contabilizando os prejuízos causados pelas geadas ocorridas nesta semana devido a queda bruca das temperaturas.
Na avaliação de técnicos, no Sul do Estado, por exemplo, os estragos causados pela onda de frio foram os piores dos últimos 27 anos. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) divulgou que até 30% da área de plantio de café pode ter sofrido danos e há casos, inclusive, de 70% da produção queimada. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), as regiões mais atingidas foram justamente o Sul, Mogiana e o Cerrado Mineiro. Com o clima mais propício, o Estado é um dos principais produtores de café do país e do mundo. Para 2022, a expectativa é que sejam produzidas 4 milhões de sacas de café a menos no Sul de Minas.
Para Archimedes Coli Neto, diretor do Centro Comercial de Café em Minas Gerais, a redução de safra será refletida em preços ainda mais altos.
Em matéria do jornal o Tempo, ele informou que é preciso ver como as lavouras vão reagir, mas o café já está com preços recordes por conta do volume restrito. Hoje, a saca é vendida a R$ 1.000.(estimativa de quinta-feira (22).
Na região de Ouro Fino, conforme o engenheiro agrônomo da Emater, Mário Jorge Botelho Weikert, a geada causou danos em plantações atingindo o café e as pastagens.
Foi constatado ainda em visitas que alguns produtores tiveram de 15% a 20% da plantação atingida e danos de média a grave intensidade. Nas pastagens, os danos foram ainda maiores, em torno de 40% a 45%.
O engenheiro explica ainda que não há o que fazer, a não ser esperar a chegada de chuvas e as sementes brotarem para depois para tentar recuperar as lavouras.