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Sexta, 28 de Maio de 2021 09:31

Governador Zema - Transcrição completa da entrevista concedida a Difusora FM

Confira a transcrição completa da entrevista concedida pelo Governador Romeu Zema a Rádio Difusora Ouro Fino

 

Transcrição da entrevista do Governador Romeu Zema com Luciana Leal:

 

Luciana Leal:
Boa tarde! Hoje o Espaço Livre tem uma entrevista especial!
Não é todo dia que a gente recebe o governador de Minas, Romeu Zema.
Governador, um prazer tê-lo aqui em nosso programa Espaço Livre, programa da Rádio Difusora, aqui de Ouro Fino. Boa tarde!


Governador Zema:
Boa tarde Luciana. Boa tarde ouvinte da Rádio Difusora. Boa tarde à todas as pessoas aí de Ouro Fino e região. Um local muito bonito, que eu conheço, terra do deputado Dalmo Ribeiro, quem eu admiro muito. É um prazer estar aí com vocês, Luciana.


Luciana Leal:

Governador, para começar, não tem como,  o assunto em pauta no Brasil e no mundo é pandemia. Minas Gerais, em 13º lugar em vacinação, o Brasil inteiro espera ser vacinado, existe a dificuldade dos insumos Butantan, Fiocruz agora também anunciando isso.

E como está a nossa situação? Quando que as vacinas poderão atingir todo Estado, a população de Minas que é uma população maior, se comparada ao Acre que está em primeiro lugar. No Acre foram cento e poucas mil pessoas. Em Minas a gente tem o número aí bem maior, chega a 4 milhões. 


Governador Zema:
Perfeito Luciana. Desde que, os laboratórios iniciaram o desenvolvimento das vacinas, o Estado de Minas tem mantido contato com todos aqueles que estão produzindo, e hoje, a posição que nós temos, é que esses Laboratórios só vendem para países, ou seja para nações como o Brasil.

Não há laboratório hoje que comercialize vacina com empresa, com Município ou com Estado. Diante dessa situação, nós estamos submetidos ao plano nacional de imunização do Ministério da Saúde. E toda distribuição de vacina feita no Brasil, já vem com orientação de Brasília.

Vale lembrar que Brasília tem todos os censos demográficos, de todas as cidades do Brasil. Quando nós recebemos aqui, como essa semana, 508 mil doses de vacina, já chega pré-determinado para cada cidade a quantidade que será enviada, porque o ministério da saúde inclusive tem: a faixa etária, tem as cidades, quem tem mais ou menos profissionais de saúde e assim por diante.

Minas Gerais tem caminhado bem no processo de vacinação. Você mencionou aí, e vale lembrar: Nós somos o Estado que tem o maior número de municípios. Isso acaba fazendo com que a informação sempre chegue um pouco atrasada. Lembrando que são muitos municípios pequenos em torno aí de Ouro Fino, você sabe que existem muitas cidades bem pequenas e muitas vezes essa cidades não estão devidamente aparelhadas com equipamentos de Wi Fi, equipamentos digitais, para poder enviar o dado assim que a pessoa é vacinada.

Então acaba tendo um atraso no envio desses dados e como são muitos municípios nessa situação, o nosso placar acaba não aparecendo tão bom quanto é. Mas eu quero aqui deixar muito claro que, quando necessário, quando alguma região do Estado fica desabastecida de vacinas, nós temos usado as aeronaves do Estado para fazer o transporte, de forma que essa vacina chega o quanto antes.

E, antes do processo de vacinação iniciar, nós compramos 50 milhões de seringas, de agulhas que foram distribuídas para as regionais de saúde, de forma que esse insumo tão importante não faltasse. E compramos também mais de 700 refrigeradores para aqueles municípios que não estavam bem equipados. Então eu posso dizer que, nós estamos conduzindo da forma mais adequada possível esse processo.

E devido a este “delay”, esse atraso na informação, é que o Estado não está mais bem colocado e tudo que for necessário será feito. Assim que algum laboratório vender vacina para Estado, Minas Gerais estará lá comprando, porque é nosso desejo que o mineiro termine esse processo o quanto antes. A previsão do Ministério da Saúde é que esse processo se estenda até ofinal do ano. Mas se nós pudermos antecipar, nós vamos antecipar sim. Depende,como eu falei, dos laboratórios venderem para Estados além de países.

 
Luciana Leal:
Eu converso aqui com o Governador Romeu Zema: Quando começou a pandemia, Minas tinha poucos casos e depois, com o decorrer do tempo, Minas entrou na onda roxa, hospitais superlotados. E que agora também vem essa questão da CPI a investigar o Governador.

Como o senhor vê  tudo isso e também a ajuda aos hospitais, que ficaram aqui na nossa região do Sul de Minas. Nós tivemos a onda roxa com mais leitos para Covid, prejudicando até pessoas que tinham algum tipo de doença grave, que não pudessem se internar, outras pessoas morreram a caminho do hospital, por busca de vaga. Essa situação, o senhor está olhando os hospitais ? Caso venha por exemplo, a gente não deseja, mais uma terceira onda ?

 

Governador Zema:
Eu queria lembrar aqui, que a pandemia chegou a Minas Gerais há exatamente 14 meses atrás. Nesses 14 meses Luciana, nós mais do que dobramos o número de leitos de enfermaria eram 10 mil, hoje são mais de 20 mil, fizemos o mesmo com os leitos de UTI: eram 2.070, hoje são mais de 4.700.

Adquirimos os respiradores mais em conta do Brasil, fizemos o hospital de campanha aqui em Belo Horizonte, que também foi o hospital cujo custo por lei,  foi o menor do Brasil. Em Minas Gerais hoje, apesar do aumento no número de casos e de óbitos, eu quero salientar e deixar bem claro, que nós somos o Estado com menor número de óbitos dentre os Estados da região Sudeste e da região Sul, são aqueles mais urbanizados e desenvolvidos.

E lembro que Minas Gerais é um Estado falido. Então, nós estamos tendo o melhor desempenho apesar de todas as dificuldades financeiras. Minas Gerais também foi um dos últimos Estados a decretar uma medida semelhante a onda roxa que você citou. Vários outros estados, desde o início da pandemia, já tinham feito uso desse tipo de medida.

Nós postergamos ao máximo, porque sabemos que ela causa uma série de inconvenientes: principalmente aos etor produtivo. E só fizemos isso, a medida em que nós estamos transportando pacientes de uma região para outra e os hospitais foram ficando lotados.

Chegou um momento que não havia mais para onde transportar pacientes. Então foi uma necessidade, foi uma medida extrema, para que nós evitássemos que pessoas falecessem no meio da rua sem atendimento médico. Essa era a situação a ser evitada. E hoje, passados já aí 21, 30 dias da onda roxa, nós podemos observar uma queda expressiva no número de casos, no número de internações e principalmente no número de óbitos. E nos preocupa muito o potencial, o risco de surgir uma terceira onda.

É algo imprevisível. Mas a nossa grande preocupação é o vírus, ele está aí em Ouro Fino, ele está em Belo Horizonte, ele está em todo lugar. E ele tem potencial de sofrer mutação e pode surgir a qualquer momento, em qualquer lugar, uma mutação mais letal, mais contagiosa e com isso,uma terceira onda muito pior do que a segunda.

Eu lembro que a segunda onda muito provavelmente surgiu, porque muitos brasileiros relaxaram em novembro, dezembro, quando a pandemia teve uma melhora significativa nos números, e muitos erroneamente passaram a considerar que ela já era coisa do passado,que era coisa resolvida. E nós vimos que ela voltou com muito mais força do que na primeira onda. Eu espero e rezo paraque essa terceira onda não ocorra.

Mas eu quero lembrar que você tem de fazer o seu trabalho, eu tenho que fazer o meu e todos precisam fazer:  usar máscara, o distanciamento físico e também as medidas de higienização. Sem isso, nós estamos jogando roleta-russa: a qualquer momento alguma coisa pode explodir novamente. Não é terrorismo isso, é uma mera probabilidade. Nós estamos assistindo aí a situação da Índia e espero que não ocorra aqui. 

O processo de vacinação apesar de estar ainda lento, tem avançado, isso não deixa de ser um alento, mas estamos correndo risco. E sobre a CPI, eu já autorizei, ordenei que todos os dados sejam enviados. Eu quero lembrar aqui, que o nosso hospital de campanha, ele foi quase todo construído com doações do setor privado. Tudo que estava lá dentro, que acabou não sendo utilizado, posteriormente foi remanejado para hospitais do Estado e tudo está sendo utilizado, e nós fizemos tudo com a maior transparência e lisura possível.

Caso encontrem alguma irregularidade, que o responsável seja punido de acordo com a lei. Da minha parte nós não temos aqui o que esconder, estamos muito tranquilos com relação a essa questão. O meu governo tem prezado pela transparência. Minas Gerais era o antepenúltimo Estado do Brasil em transparência e desde que assumimos, oito, dez meses depois, somos o primeiro. Então o que eu falo é: gestão boa, rima com transparência. Quem está fazendo certo, não tem o que temer. Então estamos disponibilizando todos os dados sem nenhum receio.

Luciana Leal:
Converso com o Governador Romeu Zema: Governador, existe uma negociação aí com Tribunal de Justiça de um dinheiro que está retido e deveria ser destinado à saúde, desde 2014 e não foi repassado. Haverá a possibilidade desse dinheiro ser repassado?

 

Governador Zema:
O Estado de Minas, na última gestão deixou de fazer repasses para diversas entidades, entre elas as prefeituras. Aqueles repasses referentes à educação, ao ICMS, ao IPVA, nós já parcelamos com os municípios, já estamos pagando esses repasses há mais de um ano. São 19 parcelas que totalizam mais, aliás 33 parcelas me desculpe,o que totalizam mais de 7 bilhões de reais.

Cada parcela é superior a 200 milhões. Então, esses recursos Luciana, têm sido pagos à todos os municípios de Minas Gerais. O prefeito aí de Ouro Fino é testemunha disso, todo prefeito sabe que aquilo que o último governo tirou deles indevidamente, os assaltou, nós estamos devolvendo de forma parcelada, até porque não temos recursos suficientes.

A situação do Estado é crítica ainda, nós ainda pagamos a folha de pagamento em duas parcelas. No mês passado, em abril, é que eu consegui concluir o pagamento do 13º salário do ano passado, mas saliento que em dois anos, nós já quitamos três décimos terceiros salários.

A mesma quantidade que o último governo fez em quatro anos, e queremos devolver também aos municípios esses recursos da saúde que você mencionou. Mas, a medida que o Estado tiver condição financeira, porque não adianta eu devolver esses recursos aos municípios e, amanhã, não termos aqui recurso para pagar folha de pagamento dos policiais do Estado, dos professores a mesma coisa.

Então isso está sendo negociado entre a AMM, Associação Mineira de Municípios com a participação do Tribunal de Justiça e também de técnicos da Secretaria da Fazenda. Mas eu quero lembrar que nós temos o maior interesse de devolver aquilo que é de direito dos prefeitos, mas dentro de uma parcela que seja suportável.

Não adianta nós matarmos o Estado, matarmos a galinha para poder tirarmos os ovos. Então nós temos de considerar a nossa capacidade de pagamento também. Mas já mostramos que queremos pagar, já pagamos e continuamos pagando. 

 

Luciana Leal:
Governador Romeu Zema, o senhor acabou de citar a Segurança Pública e também a Educação e, aqui, na nossa região, existe uma preocupação muito grande, foi pauta da última sessão da Câmara dos Vereadores, aqui eles que pretendem fazer reuniões com os professores, do cuidado com esses professores, diante de uma possível municipalização das escolas que são estaduais de passarem para o município.

Como que será a questão deles se o piso salarial aqui de Ouro Fino seria menor do que o do Estado? E ainda, o do Estado de Minas não ser igual ao do país e que já foi a reivindicação dos sindicatos etc? Então como fica esta questão para para os profissionais de todas as cidades que podem ter escolas municipalizadas? Porque os alunos terão, é claro, a educação. Mas e os professores e os trabalhadores da educação? 

Governador Zema:
Bom, primeiro eu queria salientar o objetivo de nosso governo Luciana, apesar das dificuldades financeiras que eu mencionei há pouco, todos os indicadores de Minas Gerais melhoraram no nosso governo. Nós estamos aqui demonstrando, que não é só dinheiro que resolve não.

Que boa vontade, disciplina, gente capacitada, comprometida, faz toda a diferença. Minas Gerais nunca teve uma baixa criminalidade como tem hoje em 2021. Em 2019 nós abaixamos, 2020 abaixamos mais, estamos conseguindo abaixar. Quem vive em Minas hoje se sente mais seguro. Com relação à saúde, eu falei, nós somos o Estado que tem a menor taxa de óbito dentre o Sudeste e Sul.

E, com relação a educação, fizemos grandes avanços depois de nós ficarmos dez anos, estagnados na avaliação do Ideb. Nós batemos recorde na nota de português e de matemática. E o que nós queremos é melhorar a educação do aluno mineiro. Quem pode gerir melhor uma escola infantil? Quem está aqui em Belo Horizonte, a 400km de distância ou um prefeito que tá aí do lado? Eu faço essa pergunta em primeiro lugar.

E em segundo, eu faço uma afirmação: ninguém perderá direitos, ninguém. Tudo que a pessoa já tem de direito, o direito permanecerá. O que existe no Brasil, infelizmente, são pessoas contrárias a qualquer mudança porque já estão acostumadas, já se consideram numa situação definida, mas o mundo muda, muita gente muda de emprego todo dia, mas algumas pessoas têm uma resistência natural. E, o que nós queremos é que o prefeito, junto e ao lado das escolas faça uma gestão muito melhor do que a nossa.

E isso já aconteceu em vários Estados do Brasil. Nós não estamos inventando a roda aqui não. Os estados que têm melhor avaliação na educação estão nessa situação. Então, quero deixar muito claro: o nosso intuito é o melhor possível, ninguém terá o seu direito ferido, o que nós queremos é melhor educação.

 

Luciana Leal:
E será feita uma transição para isso, haverá discussões com as escolas? Porque, na eventual  saída do senhor nas próximas eleições e outro Governador vir, seguirá isso, haverá uma regra a ser seguida que não possa ser revertida?

Governador Zema:
Atenção, como eu disse, os direitos ficam garantidos Luciana. Uma professora do Estado continuará recebendo do Estado e ficará cedida a uma escola municipal. 

Então ela continua sendo funcionária do Estado. Se amanhã ou até mesmo na fase de transição tiver uma oportunidade numa escola estadual, nós vamos priorizar para que essa professora fique numa escola estadual. Talvez ela vá precisar passar por um processo de reciclagem porque às vezes, ela está dando aula para série A, e vai passar a dar aula para a Série B - mas isso tudo será considerado.

Então, estamos dispostos a fazer todo esse processo com a maior transparência possível e que ele afete o mínimo possível as pessoas e, como eu falei, ninguém terá o seu direito ferido.

 

Luciana Leal:
Governador Romeu Zema, também não posso deixar de perguntar sobre a nossa estrada, a 290. Há aí a privatização esperada, mas enquanto isso e os reparos necessários? A estrada precisa de uma manutenção maior. Como que o senhor está tratando essa questão aqui para nós? 


Governador Zema:
Luciana, como também já frisei, essa dificuldade financeira do Estado, fez com que a manutenção das estradas ficasse extremamente prejudicada. Isso já se arrasta há mais de seis anos. E eu mesmo,nesses dois anos de governo, tenho tido dificuldade em fazer as operações tapa-buracos, porque nós temos hoje uma falta de recursos gigantesca.

Como eu disse, a folha de pagamentos tem sido paga com atraso. Mas o nosso secretário de infraestrutura o Fernando Marcato já tem uma consulta, aí na região, no dia 31 de Maio, com os prefeitos para estar tratando desse tema da MG-290. Sei que ela é uma via muito importante aí para Ouro Fino e região.

E nós estamos agora, com o projeto de recapearmos, recuperarmos mais de mil km de rodovias estaduais, dando prioridade para aquelas que estão em pior situação e têm maior volume de trânsito, devido ao acordo assinado com o termo de reparação da Vale. Isso vai possibilitar uma série de investimentos no Estado e queremos que a MG-290 seja incluída. Então nosso secretário de infraestrutura estará aí no último dia do mês para estar tratando desse assunto tão importante.  

 

Luciana Leal:
Eu conversei aqui com o governador Romeu Zema, tenho muitas outras perguntas, mas sei do tempo do governador. Muito obrigada pela sua participação aqui no programa Espaço Livre, Governador.

Governador Zema:
Eu é que agradeço Luciana, uma boa tarde aí a todos os ouvintes da Rádio Difusora, ao pessoal de Ouro Fino, da região e fico muito satisfeito de estar presente aí com você.

Estou devendo uma nova visita a Ouro Fino, estive aí bem no início do mandato como Deputado Dalmo Ribeiro, um grande amigo nosso e deixo aqui o meu pedido Luciana, vamos tomar cuidado! Uma terceira onda é uma probabilidade real, então peço a todos que nos acompanharam aí, vamos fazer o distanciamento físico, usar máscara e as medidas de higienização.

O vírus está nomeio de nós e a qualquer momento um vírus mais letal pode surgir sem que a gente menos espere, então fica aí o meu pedido. Agradeço muito, boa tarde. Um abraço à todos.

 

Luciana Leal:
Muito obrigada Governador. E você continue na nossa programação, agora com o programa Vale Tudo, apresentação de Paulo Henrique. À todos, uma excelente tarde e até amanhã se Deus permitir.

 

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