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Sexta, 29 de Março de 2024 08:00

Nosso céu (não) tem mais estrelas (?): a poluição luminosa e o desperdício de energia

Nosso céu (não) tem mais estrelas (?): a poluição luminosa e o desperdício de energia

 

Orlando Rodrigues Ferreira

MTB 86.736/SP

 

O céu é patrimônio intangível da humanidade e a sua contemplação conscientiza quanto a percepção filosófica da própria existência. Entretanto, devido a Poluição Luminosa (PL) se perde significativa parcela dessa riqueza natural, alijando as pessoas em relação ao profundo conhecimento da natureza e da humanidade.

Os centros urbanos são os maiores geradores de PL, compreendendo-se esta como o brilho global do céu causado pela enorme quantidade de fontes de luzes mal desenhadas e projetadas, pois as luminárias inadequadas permitem o desvio da fonte luminosa para o céu, retirando a sua transparência e ocasionando o espalhamento da luz na atmosfera (refração atmosférica), o denominado fulgor celeste, também conhecido como “noite clara” ou “noite branca”.

Além de implicar em esbanjamentos, a PL ocasiona significativos impactos ao meio ambiente e à biodiversidade, porque a iluminação excessiva afeta os ciclos migratórios, alimentares, biológicos e reprodutivos de diversas espécies, até se constatando mudanças comportamentais dos animais noturnos e danos à saúde de alguns mamíferos, igualmente do Ser humano.

A interferência da PL é preocupante, por isso são necessárias legislações específicas nas esferas municipais, estaduais e federal, sendo que Campinas/SP, Amparo/SP e Caetés/MG promulgaram leis para controle da PL, mas relacionadas à proteção de sítios astronômicos. No entanto, estas leis pioneiras podem servir de exemplos e subsídios para outras mais abrangentes até em âmbito nacional.

Em outubro de 2018 publiquei na Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) de Campinas, #72, o artigo Nosso céu (não) tem mais estrelas (?): a poluição luminosa e o desperdício de energia. Decorridos tantos anos da publicação, o assunto ainda é bastante relevante às diversas reflexões, inclusive como área de enorme interesse de estudiosos e pesquisadores, como astrônomos, engenheiros, arquitetos, professores e demais profissionais de distintas áreas, assim demonstrando a abrangência do problema da PL mesmo com os avançados e inovadores desenvolvimentos luminotécnicos à funcionalidade, estética e eficiência energética.

Portando, embora com 19 páginas, convido à leitura do artigo disponível no link abaixo, também para conhecer o “Dark Skies for All” Global Project (Projeto Global “Céu Escuro para Todos”) da International Astronomical Union (IAU; União Astronômica Internacional).

 

Nosso céu (não) tem mais estrelas (?): a poluição luminosa e o desperdício de energia: https://73426d34-9d53-4319-8491-74bbf0b1aa1a.filesusr.com/ugd/d7a951_bab5dc0beb394627834f2e59a0a14927.pdf

 

Orlando Rodrigues Ferreira

Ambassador, IAU100 “Dark Skies for All” Global Project https://darkskies4all.org/users/profile/orlando-rodrigues-ferreira-281501/

Colunista
O Prof. Dr. Orlando Rodrigues Ferreira é astrônomo pesquisador em Educação Científica, jornalista e professor; Doutor em Ensino de Ciências e Matemática; Mestre em Ensino de Ciências; pós-graduado em Astronomia; licenciado em Filosofia; pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Ciência, Tecnologia e Sociedade (NIEPCTS) da Universidade Cruzeiro do Sul; sócio efetivo da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Sociedade Brasileira de Astrobiologia (SBAstrobio); sócio profissional da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC); astrônomo colaborador do Polo Astronômico de Amparo; jornalista (MTB86.736/SP), comentarista colaborador da Rádio Difusora Ouro Fino; empreendedor em Astronomia, Ciência, Educação e Cultura com a MEI Astromóvel© & Observatório das Alterosas©.
*Os conteúdos e eventuais opiniões apresentadas nas Colunas da Difusora são de inteira responsabilidade dos respectivos colunistas.
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