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Quinta, 15 de Junho de 2023 10:00

A importância da arte – Parte 3

 

                                                                                                         Por Emanuel de Gusmão - Artista Plástico

 

Depois de mais de 200 anos de existência do cristianismo, talvez como seita (toda religião começa como seita), Constantino, imperador romano, e sua mãe se tornaram cristãos e reuniram um conselho cristão quando foi decidido que Cristo devia ter uma imagem, pois até então suas histórias e feitos eram somente relatos.  Assim, o homem Cristo nasceu pelas mãos dos artistas. Branco de olhos e cabelos claros, uma imagem europeia que junto com os relatos feitos sobre o nascimento, lendas, feitos e milagres foram colocadas em todas as igrejas da Europa, fazendo com que o povo iletrado tivesse uma maior relação com o Cristo e sua Igreja.

Desta época em diante, a Igreja criou e assumiu toda esta divindade e na idade média, cada vez mais artistas, foram patrocinados pela Igreja, por reis, nobres e a burguesia ascendente. Chegou ao máximo, criando verdadeiros gênios tais como Michelangelo (meu preferido), Rafael e Leonardo da Vinci, entre outros.  Caravaggio, o artista que criou o barroco relacionado à perola defeituosa, saiu em busca do sublime, mas buscando inspiração nos homens e mulheres de rua.

Da Vinci, considerado gênio, dizem que tinha um QI de 180 sendo que a normalidade é de 90, deixou mais de 13.000 páginas de anotações sobre diversos assuntos relacionados a pintura, escultura, engenharia, anatomia, filosofia e natureza. Misturava a realidade com a fantasia e procrastinava. Era volúvel e instável, mas um grande pesquisador, que nos deixou centenas de desenhos, mas poucas obras acabadas, de 15 a 20, e nem todas pintadas 100% por ele. Era um Dandy elegante, bonito e seu brilhante falar silenciava os eruditos da época e conquistava a todos os que lhe interessava. Tinha a arte da persuasão e com cálculos matemáticos que ninguém entendia, convencia a todos que era capaz de mover montanhas e até mesmo levantar e modificar a estrutura de um prédio tirando-o de seu local de construção e o colocando em outro local. Quando se interessava por algo, pesquisava e escrevia muito sobre o assunto, mas nem sempre encontrava a solução.

A última ceia (pintura copiada e recopiada) é um exemplo típico. Parece muito bom, mas tecnicamente tem falhas no fundo geral o qual parece estar borrado. Ele queria criar novas técnicas, mas a maioria das vezes não acertou, abandonando o projeto. Muitos não foram terminados, tais como um imenso cavalo que queria fazer em bronze. Recebeu pelo projeto, fez centenas de desenhos e não conseguiu concretizar e o abandonou. Tal qual a encomenda recebida de monges que queriam fazer um imenso mural em uma capela e que ele abandonou sem terminar. Assim como o imenso mural que foi contratado para fazer na sala do conselho de Florença, para o qual fez dezenas de desenhos e iniciou o trabalho com suas novas técnicas, que não funcionaram e, assim, ele abandonou. Mesmo seu trabalho mais conhecido A Gioconda (Mona Lisa) foi assim. Recebeu a encomenda, não entregou e levou mais de quatro anos para fazer a pintura e segundo alguns dizem, com defeitos na paisagem do fundo. O quadro A Gioconda o tornou célebre por um acontecimento inusitado: Um italiano que trabalhava no Museu do Louvre o roubou, tendo sido encontrado dois anos depois na Itália. Toda a imprensa do mundo falou deste roubo por anos, despertando a curiosidade de todos. Seus lindos desenhos e projetos de helicóptero, submarino, asa delta, entre outros, nunca funcionaram.

Dizem também que a maioria dos desenhos dedicados a ele não são dele. Ele os copiava de outros artistas de sua época ou mesmo de outras épocas. Refazia os desenhos ampliando sua beleza e força. Podemos citar O Homem Vitruviano, que era do artista romano Vitruvius e que Da Vinci o refez de forma absolutamente genial. Tanto que muitos acreditam ser originário dele. Gostava muito de fazer cenários para peças de teatro e festas burlescas. Escreveu muitos livros e deixou muitas ideias. Dizem que frequentava a seita dos Priorados de Sião, uma ordem mística, e que deixou várias pistas em suas obras, que até hoje tentam identificar.

Os seres humanos são bastante criativos e buscam sempre novas realidades.

Colunista
Emanuel de Gusmão dito Maneco de Gusmão é artista plástico estilo barroco contemporâneo. Nasceu em Ouro Fino e desde jovem desenvolveu seu lado artístico. Já em São Paulo, estudou Artes, conviveu com artistas e participou de várias exposições. Foi também professor de pintura na Penitenciária de São Paulo e nas prisões da França de Fleuris Merojis e Bois Darcy, país para o qual se mudou em 1990 e onde morou por 14 anos. Na Europa participou de exposições em alguns países e atuou como artista e professor. De volta a Ouro Fino criou a Caixa Preta, uma obra de arte utilitária: casa, atelier e galeria de arte, onde vive literalmente dentro da Arte.
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