HEGEMONIA BRASILEIRA NA LIBERTADORES
Por João Hauck
Nessa primeira semana do mês de abril, se dá o início oficial do campeonato mais requisitado da América; a Copa Libertadores. Após as fases preparatórias, o início da fase de grupos ocorre no dia 04 de Abril, onde alguns gigantes já se encontram, e a disputa intensa pela chamada "Glória Eterna” começa. A competição conta com clubes Argentinos, Bolivianos, Brasileiros, Chilenos, Colombianos, Equatorianos, Paraguaios, Peruanos, Uruguaios e Venezuelanos.
A Libertadores sempre foi um torneio muito competitivo e difícil de se jogar para qualquer equipe, entretanto, nos anos recentes, ficou claro no torneio que as equipes brasileiras estão se destoando das equipes de outros países. Mesmo com pressão das torcidas, altitude, e diversas condições adversas, os times brasileiros estão demonstrando um nível técnico muito superior que as equipes de outros países.
Nas 4 últimas edições da Copa Libertadores, os campeões saíram do Brasil, além disso, as últimas 3 finais disputadas foram protagonizadas por equipes do “País do Futebol”. Essa sequência de 4 títulos, constituíram a maior hegemonia do futebol brasileiro na história da competição pela segunda vez, a primeira ocorreu há dez anos. Equipes tradicionais como Boca Juniors e River Plate, vem sofrendo contra os brasileiros nos anos anteriores. Os dois times foram despachados do campeonato pelos “Brazucas” em 3 das 4 últimas edições sendo o Atlético Mineiro, Corinthians, Flamengo, Palmeiras e Santos os responsáveis pelas eliminações.
Portanto, fica o questionamento sobre o motivo dessa disparidade brasileira. É importante ressaltar que a partir da edição de 2017, o Brasil teve o número de vagas classificatórias pelo campeonato Brasileiro aumentado de 4 para 6, além da vaga que é concedida ao campeão da Copa do Brasil. E como sempre acontece, os campeões das últimas edições da Libertadores e Copa Sul-Americana tem vaga garantida, fazendo assim com que ainda mais brasileiros se classificassem recentemente. Porém, não é só o aumento do número de vagas que vem gerando tudo isso, a disparidade na qualidade técnica dos brasileiros é exorbitante contando com jogadores de mais qualidade e potencial em relação às equipes de outros países. Essa diferença técnica é oriunda do domínio econômico do país brasileiro na competição. Na atual edição, de acordo com o site Transfermarkt, os 7 elencos Brasileiros participantes estão entre os 9 mais caros da competição, dividindo esse top 9 com eles, apenas River Plate em quarto lugar, e Boca Juniors em sétimo.
Clubes sul-americanos sempre deram dor de cabeça aos brasileiros na Libertadores, por possuírem um estilo de jogo diferente, de “catimba”, de segurar a bola, buscar sempre muito contato físico, e algumas vezes serem até mesmo violentos dentro de campo. Entretanto, a diferença de qualidade recente, está anulando até mesmo esse estilo de jogo tradicional. Equipes como Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro, que realizaram mais investimentos nos últimos anos, estão muito acima tecnicamente e possuíram muito mais trabalho quando se enfrentaram ou quando encontraram algum outro clube do próprio país, como o Palmeiras, que estava prestes a chegar em sua terceira decisão seguida na última edição, mas foi eliminado pelo Athletico Paranaense. Um exemplo claro da discrepância dos times mais bem ajustados economicamente contra os gringos foi a semifinal da última edição entre Flamengo e Velez Sarsfield, em que o time rubro-negro se classificou no confronto com um 6 a 1 no agregado dos placares.
Todos esses fatores levam a conclusão de que essa edição da Copa Libertadores será mais uma com grandes possibilidades de um clube brasileiro se consagrar campeão. Boca e River, especialmente o River com seu estádio reformado e a torcida empurrando, são os times mais cotados para ameaçar essa hegemonia. Caso o título realmente fique no Brasil novamente, se tornaria a maior sequência de títulos de um país na história da competição, superando o recorde argentino de 4 conquistas seguidas, que ocorreu em duas oportunidades, entre 1967 e 1970 e também de 1972 a 1975, e o próprio recorde brasileiro, que ocorreu entre os anos de 2010 e 2013.